segunda-feira, 27 de abril de 2009

Nós somos os robôs

E lá se vai um mês preenchido com muito trabalho repetitivo. Tinha quase me desacostumado disso, por ultimamente basear minha repetição na falta de rotina. A pasmaceira da folga na quarta para virar a sexta à noite na labuta contrastava com o nada entediante frio na barriga pelo aperto de grana. Mas nada como mais um "sim" desafogador para retomar alguns velhos vícios e voltar a deixar de ver as madrugadas como partes divertidas do dia. Trabalhar com o modo mecânico ativado é fácil e é traiçoeiro. Se puder, faça em casa, com intervalos. Se a amiga chamar para um cinema ou o camarada cantar a bola da cerveja, por mais que pareça chover no molhado dizer isso, não hesite. Caso contrário, você vai sonhar com aquelas palavras se combinando feito peças do Tetris.

Pode ainda ficar pior se o seu caso (como foi o meu) for lidar com textos altamente técnicos e descontextualizados, em que você precisa se coçar para imaginar onde fica o mancal da bronzina da biela do eixo propulsor do solenóide (ainda com grafia pré-reforma) da marcha. Mais Chaplin com uma chave de fenda e a esteira de fábrica, impossível. Agora, se você saca de motor de carro, não tripudie.

Já nas "horas vagas", um pouco mais do mesmo: canetão vermelho, gente achando que inventou a roda vomitando a quintessência do clichê informativo, essas coisas. Nada de especial, e até já foi mais engraçado antes. O negócio é não se envolver, máxima que eu ouço desde o segundo ano da faculdade. Trabalho é só trabalho, etc. Tudo aqui pode soar um tanto modorrento, mas o ponto é que a moenda recomeça a funcionar antes de você mesmo reparar.

Um comentário:

maopequena disse...

Foi ótimo compartilhar isso com você... E eu ri muito com o texto!

Beijo!