quinta-feira, 14 de julho de 2005

Ontem fui ver Guerra dos Mundos com dois amigos. Não sei nem se vale a pena fazer alguma comparação com as outras adaptações pro livro do HG Wells. A única que eu conhecia era a transmissão de rádio do Orson Welles, aquela que causou uma crise histérica coletiva entre milhares de estadunidenses desavisados. Eu fazia faculdade de Rádio e TV na época (1999), e ouvi a gravação do original durante uma aula de História do Rádio, se não me engano. Considerando a época em que isso rolou - final dos anos 30, grande depressão, Segunda Guerra iminente, etc etc -, dá pra imaginar porque tanto alarde. Agora, trazendo isso pra hoje, depois de tantos Bushes, ataques preventivos e pseudo-documentaristas bonachões na cachola, acaba sendo inevitável pensar nesse pavor do povo de lá em relação a qualquer ameaça hipotética às 'strong foundations' como algo menos temporal e mais cultural.
Pouco depois da tal aula, ganhei de presente um livro chamado Rádio e Pânico, uma coletânea de textos sobre o impacto que essa transmissão causou nos meios de comunicação. O livro vem também com uma transcrição do texto e um cd engraçado, de uma versão em português com uma interpretação que lembra aqueles disquinhos coloridos de histórias infantis. Li e ouvi alguns trechos na época, mas desde então posso dizer que não tive mais contato com nenhuma versão.
Quando soube que o filme do Spielberg iria estrear, não saí correndo pra ver. Aliás, dentre as poucas opções que a gente tinha ontem no Bristol, me apetecia mais ver Batman Begins pela segunda vez - esse sim, um filme surpreendente que fui ver sem esperar nada. A primeira e uma das poucas coisas a se dizer: tirando os efeitos especiais que nos mantêm entretidos (e que, no caso do Spilba, chega a ser covardia ostensiva), a versão 2005 não acrescenta nada. Não digo em relação à obra, mas como cinema dentro do duvidoso gênero 'ficção científica', ou qualquer coisa do tipo. Começa até que bem, tenso e opressivo, mas em pouco tempo descamba pra mesma baboseira do tipo 'patriotismo vs. fim dos tempos' que qualquer nerd de lan house já não esteja cansado de ver. Sem contar os gritinhos irritantes da filha do Tom Cruzes, que merecia ter o sangue pulverizado como teve o resto dos humanos no filme.
Saldo final: atuações pouco convincentes (Tim Robbins com o filme queimado de novo, depois do bom Sobre Meninos e Lobos), alguns bons efeitos de quem nisso já foi melhor, etês antipáticos, eu zonzo na segunda fila vendo tanta casa caindo e lanchinho depois mais divertido que as duas horas e cacetada de la película.

Um comentário:

Anônimo disse...

mas o importante é q ainda existe a possibilidade de nos surpreendermos com Wonkaaa! Ainda esta semana...