Resolvi dar um tapa na mobília. Passar o dedo na camada de poeira e ver o que ainda sobrava ali embaixo, parado. Descobri um bocado de entulho e joguei muito disso fora.
A insalubre edícula estava prestes a desmoronar. Uma ratazana cinza de meio metro havia penetrado pela fresta da porta, depois de atravessar o matagal do quintal, e procriado ali dentro. Não parecia bom sinal. Tinha tempo que este lugar estava indeciso se morria ou não. O abandono não era mero desprezo: era um gesto ostentivo. Se acontecesse, não seria algo a se lamentar.
A cara mudou um pouco, mas é só o ponto de partida. Por enquanto, mal consigo praticar os projetos novos que tenho em mente. A cada vez que ouso compartilhá-los com alguém por perto, é balde d'água fria na certa. Sem contar as gralhas histéricas aqui do trabalho e suas risadas cancerígenas. A hora é de continuar em silêncio, mas, depois de bastante tempo, rascunhar convulsivamente.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
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3 comentários:
Adorei a ratazana entrando na edícula depois de atravessar o matagal...! Só faltou vc falar que ia "carpir" alguma coisa... Me senti conversando com um marigaense!
Que esse falso novo blog tenha muito sucesso!
Beijão!
Liz
PS.: Eu sou a primeira pessoa a comentar! YEY!
o balde d´água? quem joga em quem?
acho que esse pode ser um bom começo. postei mais uma foto das rosas, dê uma olhada.
Cara nova, casa nova, roupa nova. O texto também está mais contido. Seria a forma afetando o conteúdo, ou o conteúdo interferindo na forma? Chique, elegante? Talvez! Mas ainda tem um pimpão em estado bruto rompendo as margens e se infiltrando nas entrelinhas. Quem viveu os anos 80, nunca abandona de vez o breguerê.
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