quinta-feira, 25 de agosto de 2005
O mau exemplo
Ressentimento é um tupperware com arroz há semanas na geladeira e que não temos coragem de jogar fora. É algo tão vil e que ao mesmo tempo nos dá tanta força, que nos sentimos orgulhosos pela falta de pureza. É nobre como exibir um olho roxo e dizer: 'mas você devia ver como ficou a cara do outro sujeito, deve estar numa cama de hospital agora'. Sinto muito, sou ressentido sim, e é exatamente isso que me mantém bem intencionado. É a sensação que vai me fazer querer sair pela rua mais uma vez atrás de outra briga. Não fosse assim, ficaria em clausura, com cinco trancas diferentes, caixas de ovos isolando o som e com o ar condicionado no volume 10. Ressentimento me faz continuar querendo procurar um alvo, mesmo que desvie dos primeiros no começo, mesmo que o ânimo se disperse. Você reaprende a olhar o algoz na cara (ok, isso às vezes requer treinamento). Você volta a acordar de manhã na hora certa. Estranho seria se não sentisse o tal olho roxo latejando. Porque se uma pancada com soco inglês é a ação, a reação é mandar bombons e um enorme smiley. Apanhar é querer plantar o bem. Espera só pra ver. Se a felicidade sempre ofende, bem, que se fodam os ofendidos - tristeza demais cansa. Tá certo, não fui eu quem disse essa última. Mas que tem um belo fundo de verdade, isso tem.
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4 comentários:
é...jogar o arroz fora mata. tb sofro isso às vezes. não digo só no caso do "arroz"...sabe aquele papelzinho na mochila...um dia você acha que vai precisar...guarda...nunca precisa..joga fora...dia seguinte...cade o papelzinho... tô viajando?
eu também sou assim. vai ver ressentimento é coisa de leonino...
;p
Mentira!!! Você é frouxo, rapaz. Hahaha! Tudo mentira. Só guarda o arroz por preguiça de fazer outro. hahaha.
Sugestão literária: enxugue as metáforas. Senti-me lendo Sin City!! hahaha. As vezes as imagens se contradizem!
ps: o que sei eu de literatura?
queria ter lido esse post na sexta... hahahahhahahah muito bom!
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